No fio que nos separa encontro sempre a corda que nos liga.
Lá onde estás ficou a minha noite despida, ficou o luar que não quis trazer.
Nesta liberdade presa e nua sobram tempos cheios de quartos molhados.
Não encontro o teu passado em mim, olho para ontem e não me encontro lá.
Trocamos os corpos, mudamos de lugar e mudamos o lugar para trocar os corpos,
e entre preconceitos desarrumados encontra-se um novo sítio para descansar,
mas eu não quero descansar o cansaço que trago, não lhe dou tempo para chegar
de novo e dizer nada, e eu anónimo dentro de mim, não sei que fazer com este
fio que nos liga e esta corda que não me deixa deixar.
Quero fumar cigarros no luar do teu telheiro, beber-me nos teus copos, lavar-me
no teu cheiro, ter-me na tua pele, quero sempre o outro lado da corda que nos
separa, que por uma qualquer vontade nos agarra.
Deixo agora para depois a razão, deixo-me agora levar na estrada de areia,
deixo-me agora por despentear nos lençóis que quisemos ter.