sábado, julho 22, 2006

Um dia foi sábado e acordei junto de mim na borda da cama cansada pelos tempos de espera.
Não era a minha que estava sempre alinhada, sempre pronta para ela própria. A minha cama não me pertence, nem a cama onde acordei, nem cama nenhuma onde já tenha tido que acordar, ou até de dormir.
Naquele sábado, senti a falta da cama que certamente tinha sentido a minha falta. Certamente que a minha cama, só de mim, não passou bem, não pode ter passado.
De olhos cansados olho sem ver um quarto grande com a côr deslavada pelos anos e as paredes cansadas pelo esforço de tantos quadros de tantos restos de antigamente. Realmente é grande tem duas janelas que abrem para dentro, cortinas uma tábua ao centro, uma casa de banho com mais duas janelas e um chão de pedra bujardada fabuloso, é grande.
Tem muita luz este Domingo que me envolve fresco, de porta entreaberta, em que as horas restantes são minutos contados num relógio de corda onde os atrasos são mais fáceis de entender. Afinal já passou é Segunda ou Sexta, é igual amanhã ou depois vai ser outra vez Sábado e vou poder dormir novamente sem pressa na cama na cama que me quiser.

2 Comments:

Blogger Margarida disse...

sempre que passo por aqui tropeço em "acordei junto de mim".É bonita esta expressão.

8/04/2006 01:11:00 da manhã  
Blogger João Oliveira Santos disse...

Vês, este aqui - eu acho - era assim que o querias! E olha, digo-to eu, acho que ficou. Ficou não só aquilo que quererias como ainda para mais ficou bonito.
Obrigado
Abraço
Olha que aqui nem se está mal!

8/05/2006 02:26:00 da manhã  

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